WEG (WEGE3) cai 25% em 2025 e será que tarifas de Trump abrem oportunidade?
Historicamente, as ações da fabricante de motores elétricos têm valuation caro, mas encontram-se em momento diferente agora.

Quem já investe na bolsa de valores brasileira há alguns anos já deve ter ouvido falar da WEG (WEGE3), uma fabricante de mortores elétricos, líder em seu segmento, que é historicamente considerada uma empresa cara pelos analistas. Todavia, em 2025, suas ações já acumulam baixa de −25%. Seria então um bom ponto de entrada para novos aportes?
Buscando responder essa pergunta, o BTG Pactual divulgou nesta quinta-feira (10) um relatório explicando o quão depende os negócios da WEG são dos Estados Unidos, país que recentemente aplicou um tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros exportados aos americanos, além de como a empresa poderá lidar com a situação.
Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Samuel Alkmim e Marcel Zambello destacam que os EUA representam 25% das vendas totais feitas pela WEG, fora que o seu mercado consumidor é a fonte de crescimento e rentabilidade da companhia nos últimos, que expandiu na comercialização de transformadores elétricos.
"Uma parte significativa do que a empresa vende nos EUA é produzida tanto no próprio país quanto no México. Estimamos que as exportações do Brasil representem cerca de 30% do total vendido nos EUA. A capacidade de produção de transformadores nos EUA é bastante limitada, e o país importa cerca de 80% de seu consumo", salienta o quarteto.
Portanto, caso a taxação de 50% anunciada por Donald Trump seja aplicada exclusivamente ao Brasil, outros exportadores, como Coreia do Sul, México e Índia, poderão ganhar participação já detida pela WEG, o que já ajuda a entender o desconto de suas ações ao longo do ano.
Olhando apenas para o indicador fundamentalista Preço Sobre o Valor Patrimonial (P/VP), os dados do Investidor10 apontam que WEGE3 tem valor de 7,88, o que está bem acima do P/VP de 1,08 referente à média das empresas do setor. Contudo, o indicador fundamentalista também está abaixo do P/VP de 10,26 que é a própria média da WEG nos últimos 10 anos.
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Como a WEG pode driblar Trump?
Como dito, nem tudo o que a WEG produz e é vendido aos EUA sai diretamente de sua operação no Brasil, já que a empresa tem fábrica no México que também atende os consumidores americanos. É daí que vem parte da solução, segundo o BTG Pactual, para amenizar o impacto das políticas protecionistas de Trump.
"Se as tarifas persistirem, acreditamos que as principais alternativas da empresa serão fabricar localmente ou transferir mais produção para o México, que se beneficia do regime tributário. Outra vantagem foi a aquisição da Regal Rexnord que produz diretamente nos EUA, além de outras geografias", comentam os analistas.
Vale lembrar que, em abril de 2024, a WEG concluiu a aquisição dos negócios de motores elétricos industriais e geradores da Regal Rexnord pelo valor de US$ 400 milhões.
À medida que as negociações entre o Brasil e os EUA avançarem em torno das tarifas, os analistas também mencionam que os equipamentos de infraestrutura energética (como transformadores) podem ser incluídos em um regime tributário diferenciado, com alíquota inferior aos 50%, caso sejam considerados estratégicos pelo governo americano, como visto na Section 232, que alivia a barra para semicondutores, autopeças, entre outros produtos.
O BTG Pactual segue com recomendação de compra para as ações da WEG, estipulando preço teto de R$ 56, o que implica no potencial de valorização de aproximadamente +40%.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em WEGE3 há 10 anos, hoje você teria R$ 6.219,30, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 2.599,30 nas mesmas condições.

WEGE3
WEGR$ 37,85
-29,18 %
15,65 %
2.11%
24,78
7,15

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