Trump prepara sanções contra o Banco do Brasil (BBAS3), diz jornal

A justificativa apresentada é de que o banco teria fornecido um cartão da bandeira Elo ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.

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Publicado em 02/09/2025 às 15:55h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 02/09/2025 às 15:55h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
A decisão se apoia na Lei Magnitsky, aprovada em 2012 nos EUA (Imagem: Shutterstock)
A decisão se apoia na Lei Magnitsky, aprovada em 2012 nos EUA (Imagem: Shutterstock)

🚨 O governo dos Estados Unidos, sob comando do presidente Donald Trump (Republicano), prepara uma ofensiva mais dura contra o Brasil.

Entre as medidas em estudo estão sanções contra o Banco do Brasil (BBAS3), questionamentos formais sobre a tarifa de 50% aplicada a produtos brasileiros e a possibilidade de restrições às importações de diesel russo pelo Brasil.

De acordo com informações da CNN em Washington, o cenário é considerado “fluido” e pode mudar a qualquer momento, já que a decisão final cabe ao próprio Trump.

A conjuntura política também contribui para a tensão: o anúncio ocorre na véspera do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022.

Banco do Brasil sob risco de sanções

O ponto mais sensível é a possibilidade de sanções diretas contra o Banco do Brasil.

A justificativa apresentada pelo Tesouro americano é de que a instituição estatal teria fornecido um cartão da bandeira Elo ao ministro do STF Alexandre de Moraes, após o cancelamento de seu cartão internacional por uma instituição estrangeira.

Essa decisão se apoia na Lei Magnitsky, aprovada em 2012 nos EUA, que autoriza sanções econômicas contra indivíduos e instituições considerados cúmplices de violações de direitos humanos ou que prestem serviços a pessoas incluídas em listas de restrição.

Desde julho, Moraes e outros ministros do STF passaram a ser alvo de sanções unilaterais dos EUA, numa escalada de tensões diplomáticas.

O Banco do Brasil respondeu com nota oficial, afirmando que atua “em plena conformidade com a legislação brasileira, as normas dos mais de 20 países onde está presente e os padrões internacionais do sistema financeiro”.

A instituição destacou ainda que está preparada para lidar com situações “complexas e sensíveis” envolvendo regulamentações globais.

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Histórico de punições a bancos estrangeiros

Se confirmada, a medida contra o BB seguiria precedentes pesados. O caso mais emblemático foi o do BNP Paribas, que em 2014 admitiu culpa por violar sanções ao negociar com Sudão, Irã e Cuba, resultando em multa recorde de US$ 9 bilhões.

Outro exemplo é o do Standard Chartered, punido três vezes: em 2012, com multa de US$ 340 milhões; em 2014, novamente por transações com países sob embargo, no valor de US$ 327 milhões; e em 2019, quando aceitou pagar US$ 1,1 bilhão por negociações envolvendo Mianmar, Zimbábue, Cuba, Sudão, Síria e Irã.

Esses casos demonstram o peso das sanções financeiras dos EUA, capazes de afetar a reputação internacional de instituições centenárias e limitar seu acesso a transações globais.

Tarifa de 50%: pressão no comércio

Outro foco da ofensiva de Washington é a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que será tema de audiências no Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) nesta semana.

Associações americanas ligadas a setores como celulose, madeira, pecuária e soja pressionam o governo para manter a alíquota, alegando que o Brasil pratica desmatamento ilegal e trabalho forçado para ganhar competitividade.

Elas também defendem que os EUA fortaleçam parcerias com a China, redirecionando compras agrícolas para produtores norte-americanos.

O embate se estende também ao setor digital. Empresas de tecnologia criticam a regulação brasileira de inteligência artificial, a obrigatoriedade de data centers locais e a tributação de 15% sobre serviços digitais, como streaming e plataformas globais.

Instituições financeiras dos EUA também acusam o Banco Central de concorrência desleal, por ser regulador e operador ao mesmo tempo, com o Pix rivalizando com sistemas de pagamentos americanos.

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Diesel russo na mira de Trump

Por fim, Washington avalia impor tarifas sobre as importações brasileiras de diesel da Rússia, repetindo estratégia já usada contra a Índia, que viu a alíquota subir de 25% para 50%. Fontes em Washington indicam que a decisão pode sair em até dez dias.

Em 2024, o Brasil importou US$ 12,5 bilhões em produtos russos, principalmente diesel e fertilizantes. A Índia comprou US$ 63 bilhões, enquanto a China — com a qual Trump negocia um acordo avançado — importou US$ 130 bilhões.

Brasil na mira de Trump

As possíveis sanções contra o Banco do Brasil e o endurecimento tarifário ampliam os riscos para a economia brasileira em um momento de forte tensão política.

No curto prazo, o impacto direto seria sobre a imagem internacional do Brasil, o custo das exportações e a competitividade das empresas brasileiras nos EUA.

No médio prazo, a imposição de barreiras adicionais pode comprometer o fluxo de investimentos externos e pressionar ainda mais o câmbio e os juros.

📊 Já no setor energético, uma tarifa maior sobre o diesel russo encareceria importações estratégicas, com efeito potencial sobre a inflação.

BBAS3

Banco do Brasil
Cotação

R$ 20,48

Variação (12M)

-24,41 % Logo Banco do Brasil

Margem Líquida

5,48 %

DY

9.27%

P/L

7,40

P/VP

0.64