Petrobras (PETR4): Investir no etanol de milho pode reduzir dividendos, diz JP Morgan

JP Morgan vê investimento de US$ 2,2 bi com retorno atrativo, mas aponta impacto de até 1,2% nos pagamentos aos acionistas.

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Publicado em 12/09/2025 às 14:11h - Atualizado 30 minutos atrás Publicado em 12/09/2025 às 14:11h Atualizado 30 minutos atrás por Wesley Santana
Petrobras é a maior produtora de petróleo do país (Imagem: Shutterstock)
Petrobras é a maior produtora de petróleo do país (Imagem: Shutterstock)

Já não é mais surpresa para os investidores que a Petrobras (PETR4) tem planos de investir bilhões de reais na linha de produção de etanol de milho. A postura faz parte de uma nova estratégia da companhia, que privilegia a transição energética.

Ainda não se sabe como a empresa daria esse passo, mas o mais provável é a aquisição de uma empresa que já atue no segmento. Há algumas candidatas, mas nada ainda foi fechado pela estatal. 

Diante disso, o JP Morgan saiu na frente para avaliar as vantagens que a companhia teria ao investir neste setor. Os analistas destacam que o investimento seria na casa de US$ 2,2 bilhões, com um potencial retorno sobre capital investido (Roic) de 18%. 

Embora seja encarado pelo banco como um investimento que pode gerar lucros à companhia, o investimento neste segmento pode reduzir os dividendos pagos aos investimentos. O relatório do JP Morgan calcula uma redução de até 1,2% no valor pago aos investidores.

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Isso se daria em razão da subida na alavancagem da companhia, dos atuais 1,4x para 1,5x, mas se manteria ainda abaixo do teto de US$ 75 bilhões. Apesar disso, os analistas enxergam que uma eventual entrada no segmento não mudaria em nada a tese da companhia. 

Além disso, o JP também avalia que o retorno da Petrobras aos combustíveis renováveis pode gerar um apoio por parte dos governos. Isso pode abrir espaços em mercados pouco explorados pela companhia, como as regiões Norte e Centro-Oeste. 

Atualmente, a produção de etanol brasileira está na casa de 36 bilhões de litros por ano, o que é suficiente para abastecer apenas metade da frota de veículos que aceitam esse tipo de combustível no país. Diante disso, a Petrobras teria ao menos a possibilidade de gerar o mesmo montante para direcionar a outra metade, composta por automóveis flex, por exemplo, que são capazes de rodar com álcool e gasolina. 

Na tarde desta sexta-feira (12), os papéis da Petrobras eram negociados perto da estabilidade em relação ao fechamento da véspera. Por volta das 14h, os ativos operavam em R$ 31,50.

Desde o começo do ano, porém, há uma desvalorização de quase 15% no ativo, valor que se replica quando a comparação engloba os últimos 12 meses. Atualmente, o valor de mercado da estatal é de R$ 425 bilhões, de acordo com a B3. 

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