Lucro da Vale (VALE3) cai 24% e atinge US$ 2,12 bilhões no 2T25
Segundo a LSEG, a projeção de lucro era de US$ 1,438 bilhão, ou seja, inferior ao número efetivamente reportado pela companhia.

🚨 A Vale (VALE3) divulgou seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2025 nesta quinta-feira (31), após o encerramento do pregão.
A mineradora reportou um lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,12 bilhões, o que representa queda de 24% em relação ao mesmo período de 2024.
Apesar da retração anual, o resultado superou as estimativas do mercado. Segundo a LSEG (London Stock Exchange Group), a projeção de lucro era de US$ 1,438 bilhão, ou seja, inferior ao número efetivamente reportado pela companhia.
Receita em queda, mas Ebitda surpreende
A receita líquida da Vale totalizou US$ 8,8 bilhões no trimestre, retração de 11% na comparação anual. O valor ficou praticamente em linha com a expectativa da LSEG, que apontava para US$ 8,81 bilhões.
Já o Ebitda ajustado – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – atingiu US$ 3,9 bilhões, com recuo de 15% em relação ao segundo trimestre de 2024. Ainda assim, o indicador veio acima das projeções de mercado, que estimavam US$ 3,32 bilhões.
O desempenho no trimestre anterior, que ficou abaixo das expectativas, havia levado analistas a adotar uma postura mais cautelosa para o período atual.
Por isso, mesmo com os recuos nos principais indicadores, o mercado recebeu os números com relativa surpresa positiva.
Segundo a Vale, o resultado foi influenciado principalmente pela queda nos preços do minério de ferro, que continua sendo o principal produto do portfólio da companhia.
O preço médio de venda dos finos de minério foi de US$ 85,10 por tonelada, o que representa um recuo de 6% na comparação trimestral e 13% frente ao mesmo período de 2024.
Contudo, a empresa destacou que segmentos como cobre e níquel apresentaram desempenho positivo, com melhora operacional e queda nos custos, contribuindo para aliviar parte da pressão exercida pela desvalorização do minério.
“O forte desempenho dos segmentos de cobre e níquel, aliado ao menor custo caixa C1 de minério de ferro, compensaram parcialmente os menores preços de commodities”, afirmou a companhia em relatório oficial.
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Custos em queda e guidance revisado para baixo
A Vale também informou uma queda relevante nos custos all-in – indicador que representa todos os custos envolvidos em uma operação.
Para o minério de ferro, os custos ficaram em US$ 55,3 por tonelada, dentro da faixa projetada (US$ 53 a US$ 57) e com recuo de 10% no comparativo anual.
Para o cobre, o custo caiu 60%, chegando a US$ 1.450 por tonelada. Já no níquel, a redução foi de 30%, com custo médio de US$ 12.396 por tonelada.
Diante desse cenário, a mineradora revisou para baixo o guidance (projeção) do custo all-in do cobre, que passou de US$ 2.800-3.300/t para US$ 1.500-2.000/t.
A alteração é atribuída à eficiência operacional e ao impacto positivo de preços do ouro acima do esperado, que influenciam a cadeia de produção do cobre.
As vendas de cobre cresceram 17%, totalizando 12,9 mil toneladas no trimestre. Já o níquel teve avanço de 21%, com 7 mil toneladas vendidas.
Em contrapartida, os embarques de minério de ferro caíram 3%, em linha com a estratégia da companhia de otimizar seu portfólio de produtos, buscando maior rentabilidade por tonelada vendida.
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Dívida líquida segue controlada
A dívida líquida expandida da Vale ficou em US$ 17,4 bilhões ao final de junho, representando uma redução de US$ 800 milhões na comparação com o primeiro trimestre.
💲 A empresa segue dentro da faixa-alvo de US$ 10 bilhões a US$ 20 bilhões, o que, segundo analistas, abre espaço para possíveis dividendos extraordinários caso a alavancagem se mantenha controlada.

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