Lucro com pedágio? Renda fixa isenta pagando 14% ao ano até 2035 na mira do BTG
Entenda o porquê de os analistas considerarem um bom negócio emprestar dinheiro à concessionária de rodovias Artemis.

Quem mora nos grandes centros urbanos e decide viajar de carro, inevitavelmente vai se deparar com um pedágio, dinheiro que vai aos cofres da concessionária que administra a rodovia, como, por exemplo, a Ecorodovias (ECOR3). Mas, como investidor de renda fixa, será que vale a pena sair emprestando dinheiro nesse ramo e qual pode ser a rentabilidade esperada?
Bom, os analistas do BTG Pactual recentemente incluíram as debêntures incentivadas da Artemis, sob o código de negociação ARTRB7, entre o rol de títulos de renda fixa isentos da cobrança de imposto de renda que estão valendo a pena em 2025, considerando tanto a saúde financeira da empresa quanto o patamar de juros compostos que a mesma oferece.
"A Artemis está entre os maiores operadores rodoviários do país, com estradas maduras, longo histórico operacional e acionistas de grande porte financeiro. Fora que o prazo médio de suas concessões é de 11 anos, ostentando tarifas de pedágio ajustadas pelo IPCA, que garantem geração de caixa previsível", destacam os analistas Frederico Khouri e Luís Gonçalves, em relatório publicado em julho.
Nas condições de emissão, os títulos de dívida da Artemis ofereciam taxas prefixadas de 13,95% ao ano, garantidas até o seu vencimento no dia 15 de maio de 2035. Nos meses de maio e novembro, a concessionária deposita juros semestrais na conta de seus debenturistas.
Conforme o calendário de pagamentos, somente em maio de 2033, os investidores de renda fixa receberão a primeira parcela de amortização da Artemis, ou seja, uma devolução parcial do dinheiro emprestado à concessionária, proporcional a 33% do principal. Na sequência, outros 50% de amortização caem na conta em maio de 2034, enquanto o restante para a devolução de 100% só será creditado no vencimento.
Leia mais: Meu Porquinho, o CDB com liquidez diária personalizado, é a aposta do Inter (INBR32)
Vale a pena a renda fixa isenta da Artemis?
O investimento em debêntures não é para todo mundo, já que não há liquidez diária e poucas chances de resgatar o dinheiro antes do vencimento e ainda sair com lucro, a depender das taxas cobradas pela corretora de valores, além de não haver a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Todavia, o investidor de renda fixa consciente de todos esses aspectos pode comparar se vale a pena correr o risco de emprestar dinheiro à Artemis para receber taxa prefixada de aproximadamente 14% ao ano até 2035, a depender da oferta e demanda disponível nas corretoras, ou financiar os cofres públicos através do Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035, que pagava 14,08% ao ano nesta segunda-feira (21), rendimento ainda sujeito à cobrança de imposto de renda, com alíquota de 15%.
A nota de crédito (rating) da Artemis é 'AAA', a mais alta disponível, conferida pela agência de classificação de risco S&P. Quando a concessionária fez sua 17ª emissão de debêntures, em maio de 2025, pegou emprestado R$ 500 milhões dos investidores.
Possui cerca de 3,2 mil quilômetros de rodovias sob gestão no Brasil, divididos entre cinco concessões federais (como Litoral Sul, Fluminense, Fernão Dias e Régis Bittencourt) e duas estaduais em São Paulo (Intervias e Via Paulista). A Artemis é controlada por dois acionistas de peso: o grupo espanhol Abertis (fatia de 51%) e a gestora Brookfield (fatia de 49%).
Suas rodovias formam corredores estratégicos nas regiões Sudeste e Sul, conectando grandes centros urbanos como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Florianópolis, e desempenham papel importante no comércio nacional e internacional, especialmente com parceiros do Mercosul.

ECOR3
ECORODOVIASR$ 7,26
-5,71 %
7,21 %
4.25%
6,69
1,34

Rodando no vermelho? EcoRodovias (ECOR3) vê lucro cair 24% e dívida disparar
A empresa encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 203,9 milhões, queda de 23,9% inferior ao registrado no 2T24.

Renda fixa já bateu o teto em 2025? Anbima mostra tipo de investimento ainda no topo
Enquanto as emissões em debêntures, CRAs e CRIs caíram no 1º semestre, a renda fixa isenta bate o topo da série histórica.

Ecorodovias (ECOR3) vira ‘queridinha’ do BofA com potencial de alta de 33%
O banco elevou o preço-alvo dos papéis de R$ 4,80 para R$ 9, projetando um potencial de valorização de 33,3% sobre a cotação anterior.

Ecorodovias (ECOR3) lucra R$ 206,9 milhões no 4T24; veja dividendos
Concessionária de rodovias registra aumento de 5,8% no tráfego consolidado de veículos no trimestre passado

Ecorodovias (ECOR3): Tráfego nas rodovias registra crescimento de 15,4% em 2024
No último mês de 2024, o tráfego totalizou 54,3 milhões de veículos, marcando um crescimento anual de 2,6%.

EcoRodovias (ECOR3) aprova pagamento de R$ 6 mi em dividendos
O valor corresponde a R$ 0,0028444 por ação ordinária.

EcoRodovias (ECOR3): Tráfego nas rodovias cresce 34,4% em fevereiro
No período, passaram 47 mil veículos pelas rodovias da companhia, enquanto em fevereiro de 2023, o total foi de 35 mil.

EcoRodovias (ECOR3): SP libera estudo sobre nova pista na Imigrantes
A concessionária Ecovias dos Imigrantes, no entanto, disse que ainda não foi notificada oficialmente sobre o assunto