Dividendos no radar: ‘Elétrica’ na B3 pode pagar R$ 7 bilhões em 2025, diz BBI

O Bradesco BBI também projeta que a empresa poderá distribuir entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões ao ano até 2030.

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Publicado em 25/08/2025 às 15:32h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 25/08/2025 às 15:32h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
O Bradesco BBI mantém recomendação de compra para as ações (Imagem: Shutterstock)
O Bradesco BBI mantém recomendação de compra para as ações (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Eletrobras (ELET6) voltou ao centro do radar dos investidores após surpreender o mercado com o anúncio de R$ 4 bilhões em dividendos referentes ao segundo trimestre de 2025.

A decisão levou o Bradesco BBI a reforçar a visão de que, apesar de os fundamentos de longo prazo permanecerem inalterados, a nova política de remuneração ao acionista muda a percepção de valor da companhia.

De acordo com os analistas Francisco Navarrete (BBI) e Ricardo França (Ágora Investimentos), a estatal privatizada tem potencial para distribuir até R$ 7 bilhões em dividendos já em 2025, o que representaria um dividend yield estimado de 7% sobre os preços atuais.

Dividendos: “âncora” de valuation

O Bradesco BBI projeta que a Eletrobras poderá distribuir entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões ao ano até 2030, mantendo sua alavancagem sob controle — medida pela relação dívida líquida/Ebitda entre 3,5x e 4,0x, dentro da meta estabelecida pela companhia.

Esse compromisso com a disciplina financeira é visto como um pilar importante para sustentar a atratividade da elétrica.

Para os analistas, mesmo com fatores que limitam ganhos — como o GSF (risco hidrológico), que impacta parte da receita da geração —, a expectativa de dividendos bilionários atua como uma âncora de valuation, reforçando a atratividade do papel para investidores de médio e longo prazo.

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Balanço do 2T25: contraste entre lucro ajustado e prejuízo contábil

No segundo trimestre, a companhia apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 1,47 bilhão, um salto de 43,3% em relação ao mesmo período de 2024. Esse número reflete uma melhora operacional relevante, sustentada por:

  • aumento da receita de geração superior ao avanço dos custos;
  • maior reconhecimento de receitas de transmissão;
  • corte em despesas financeiras e em gastos com PMSO (Pessoal, Material, Serviços e Outros).

Por outro lado, sem os ajustes, a Eletrobras registrou prejuízo líquido contábil de R$ 1,33 bilhão, revertendo o lucro de R$ 1,74 bilhão do 2T24.

Essa diferença decorre de itens não recorrentes e ajustes regulatórios, mostrando que os números brutos precisam ser interpretados com cautela.O Ebitda ajustado regulatório ficou em R$ 5,5 bilhões, queda de 8,6% em base anual, enquanto a receita operacional líquida regulatória praticamente se manteve estável em R$ 9,59 bilhões.

O que esperar da Eletrobras até 2030

O Bradesco BBI mantém recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 67 para ELET6 e R$ 61 para ELET3.

Para os analistas, o que se desenha é um cenário de:

  • Dividendos robustos e consistentes, sustentados pela forte geração de caixa;
  • Redução gradual da alavancagem, ainda elevada após a privatização e reestruturação;
  • Sinergias de médio prazo, especialmente em geração e transmissão, aumentando a eficiência;
  • Valuation atrativo, já que a empresa negocia a múltiplos abaixo de pares globais, mesmo com perspectiva de crescimento.

Mesmo mantendo uma projeção de longo prazo para o preço da energia em R$ 180/MWh até 2030 — considerada agressiva frente ao mercado —, o BBI acredita que a assimetria positiva permanece. Em outras palavras: o risco existe, mas o potencial de retorno compensa.

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Vale a pena investir em Eletrobras?

A leitura que fica para o investidor é que a Eletrobras vive um momento de transformação estratégica, com mudanças importantes no perfil de distribuição de lucros.

O aumento da previsibilidade em relação aos dividendos tende a consolidar a companhia como um dos papéis de maior interesse na bolsa brasileira dentro do setor elétrico. No curto prazo, os ajustes contábeis e os efeitos do GSF podem pressionar resultados.

📊 Mas, no longo prazo, a combinação de governança mais sólida, disciplina de capital e fluxo de dividendos atrativo reforça a tese de que ELET6 e ELET3 permanecem como boas alternativas para investidores que buscam renda recorrente e potencial de valorização.

ELET6

ELETROBRAS
Cotação

R$ 46,63

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