Corinthians: uma eleição com 3 candidatos e R$ 5 bilhões em jogo

Nos últimos meses, o Corinthians vem passando por uma grave crise, que coloca em xeque não só a liderança, mas a capacidade do clube de arcar com suas dívidas. Nos próximos dias, essa partida vai ganhar um novo acréscimo.

Estão marcadas as eleições que devem decidir qual será o novo presidente do clube paulista, depois do impeachment de Augusto Melo. Os candidatos Osmar Stabile, Antônio Roque Citadini e André Castro estão na lista para serem votados.

Chama a atenção, porém, um compromisso de investimentos de uma empresa chamada GSP que chega ao valor total de US$ 1 bilhões, equivalente a mais de R$ 5 bilhões. Segundo ela, o aporte só será realizado caso o vencedor da corrida seja André Castro.

Ainda não há muitas informações sobre o aporte, mas a empresa em questão foi fundada em 2010, com sede em Goiânia. O cadastro da Receita Federal diz que ela é uma sociedade de fomento mercantil, sem enquadrá-la como uma instituição financeira.

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A companhia funcionaria no modelo de factoring, em que faz a compra de créditos de outras empresas. Esse é quase o mesmo procedimento que bancos fazem na antecipação de recebíveis, ou seja, faz um pagamento antecipado em troca de dívidas futuras.

À imprensa, a GSP disse ser uma gestora de ativos que segue instruções normativas do Banco Central. Ainda destacou que tem autorização para oferecer serviços como custódia, liquidação, administração de fundos, representação de bancos estrangeiros e consultoria financeira.

O patrimônio declarado da GSP é de R$ 950 bilhões, mas apenas R$ 1,7 milhão estaria disponível em caixa. Por isso e outras questões, o mercado duvida se realmente a empresa teria capacidade de honrar com o aporte, caso Castro saísse como vencedor da disputa.

A proposta de investimento chegou ao Corinthians por meio do próprio candidato, que apresentou uma carta assinada pelo CEO, Carlos César Arruda. O objetivo seria o “fortalecimento estrutural e institucional do Corinthians”, conforme diz o documento exibido aos jornalistas.

“[O aporte] abrangerá não apenas a reestruturação financeira e a modernização da ‘ARENA’ com estratégias já em desenvolvimento em conjunto com o grupo, como infraestrutura, marketing, categoria de bases, futebol profissional e nossos modelos de receitas, o que confere a nossa Instituição a segurança em da sequência ao plano de investimentos com apresentação de novas marcas, e novos projetos sob a Liderança do Sr. André Castro com formalização com instrumentos definitivos, respeitando todas as condições legais e regulatórias cabíveis, conforme já pré-determinado em nossa Carta de Intenção”, diz nota da companhia.

Campanhas dos torcedores

Já há alguns meses que os torcedores do Corinthians fazem campanhas para que empresas ou empresários façam investimentos no clube. Recentemente, eles fizeram um movimento virtual para chamar a atenção de Vicky Safra, herdeira da família multimilionária e supostamente torcedora do clube.

“Entramos num debate sobre o fato do Ronaldo Fenômeno ter interesse em comprar a uma possível SAF no clube e lembramos que a Vicky Safra é corinthiana. Pensamos rápido num jeito de fazer um barulho e chegar até ela a possibilidade de ajudar financeiramente o Corinthians. Aí o resto é história”, disse Vitor Chicarolli, repórter do site Meu Timão, um dos responsáveis pela campanha que durou semanas.