Com mais processos na Justiça, Hapvida (HAPV3) vai aumentar preços
Companhia diz que judicialização teve "aumento expressivo" e nem sempre foca em problemas operacionais.

A Hapvida (HAPV3) vai elevar os preços dos seus planos de saúde e fazer ajustes contratuais nos próximos meses. A companhia diz que o movimento é necessário por causa do aumento da judicialização no setor de saúde complementar, ou seja, do número de processos judiciais apresentados pelos usuários de planos de saúde.
⚠️ "Estamos repensando os modelos de precificação, para que absorvam com eficiência os efeitos da judicialização", avisou o presidente da Hapvida, Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, nesta quarta-feira (13).
Além do reajuste anual, a Hapvida projeta um aumento de 1,5 ponto percentual dos planos de saúde e também está ajustando a tabela de venda dos produtos. A companhia ainda deve ajustar os valores de coparticipação. E alguns desses ajustes contratuais já podem entrar em vigor neste ano.
Jorge Pinheiro explicou que a judicialização "aumentou de forma expressiva" nos últimos 12 meses e, por isso, tem pressionado os custos da empresa.
💲 No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, a Hapvida provisionou R$ 151,7 milhões para fazer frente ao "maior volume de ações judiciais cíveis, aumento nos pedidos de bloqueios e depósitos judiciais, e elevação dos valores médios dos bloqueios ao longo dos últimos trimestre".
O presidente da Hapvida garantiu, por sua vez, que o próximo reajuste dos planos de saúde será menor do que o implementado no início deste ano, que chegaram a 12%. "Vamos conseguir manter a competitividade histórica e, em três trimestres, fazer um colchão para fazer frente a essa nova realidade", afirmou.
Além disso, a companhia não descartou uma nova revisão de preços no futuro, quando conseguir neutralizar os custos com judicialização.
Leia também: Lucro da Hapvida (HAPV3) sobe 24,3% no 3º tri de 2024
O que leva os usuários de planos de saúde à Justiça?
⚖️ De acordo com a Hapvida, cerca de 92% dos processos apresentados contra a empresa são considerados "indevidos", pois se referem a pedidos que não estão cobertos contratualmente, como quebra de carência e medicações experimentais.
"Se eu resolver 100% das queixas operacionais, eu só conseguiria reduzir 8% das liminares", reclamou o presidente Jorge Pinheiro, dizendo que, por isso, o repasse de preço seria a medida mais eficiente para enfrentar esse problema.
Segundo dados apresentados pela Hapvida nesta quarta-feira (13), cerca de 36,5 mil processos sobre tratamentos médico-hospitalares foram apresentados no Brasil, contra todo o setor, só neste ano. Muitos deles, no entanto, tratam de procedimentos que não fazem parte da rede ou área contratada pelos clientes, segundo a empresa.
Resultados do 3T24
A Hapvida abordou o problema da judicialização na apresentação dos resultados do terceiro trimestre deste ano. A companhia teve um lucro líquido ajustado de R$ 324,5 milhões no período, 24,3% maior do que o do mesmo período de 2023.
Já o Ebitda cresceu 2,8%, para R$ 763 milhões. A Hapvida calcula, no entanto, que a cifra poderia ter chegado a R$ 843 milhões, ou seja, subido 13,6%, não fossem as provisões realizadas devido ao tema da judicialização.
Ao final do terceiro trimestre, a companhia tinha mais de 8,8 milhões de beneficiários e um tíquete médio de R$ 276,00, 9,6% maior que o do mesmo período de 2023. Por isso, a receita líquida cresceu 6,6% no ano, atingindo R$ 7,3 bilhões.

HAPV3
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