Brava (BRAV3) derrete 22% no 1º mês na B3 e entra em período decisivo
Empresa planeja destravar projetos importantes nos próximos meses, o que pode mudar o rumo das ações.

Fruto da fusão entre Enauta e 3R Petroleum, a Brava Energia (BRAV3) estreou na B3 há exatamente um mês com o potencial de ser a maior petroleira júnior do país. Porém, viu suas ações caírem mais de 22% e perdeu mais de R$ 1,8 bilhão em valor de mercado neste primeiro mês de negociação na bolsa.
⛽ A Brava Energia entrou no mercado com uma produção de aproximadamente 56 mil barris de óleo equivalente por dia, mas a expectativa é de que essa produção passe de 100 mil barris/dia com a entrada em operação da FPSO Atlanta, na Bacia de Santos.
O "primeiro óleo de Atlanta" é esperado para novembro, mas ainda depende de autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Além disso, a Brava sofreu outros revezes nesse meio-tempo.
No início de setembro, a companhia teve que interromper a produção de petróleo no Campo de Papa Terra, para atender a um pedido de esclarecimentos da ANP a respeito dos sistemas operacionais da plataforma. A parada duraria um mês, mas foi prolongada até dezembro, porque a empresa optou por avançar em itens de inspeção e manutenção da unidade.
📉 Papa Terra vinha produzindo em torno de 15 mil barris de óleo equivalente por dia antes da parada. Isto é, cerca de 1/4 da produção total da Brava Energia. Por isso, a parada na produção do campo é apontada como um dos principais motivos para a recente queda dos papeis da empresa.
"Para além de outras questões relacionadas à operação (não atingir o guidance de produção, por exemplo), acreditamos que esse prolongamento na parada técnica no ativo represente uma quebra de confiança na empresa", disse o analista da Genial Investimentos, Vitor Sousa.
Estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz acrescenta que, diante disso, a Brava só não apresentou um desempenho pior nesse primeiro mês de bolsa por causa da recente disparada dos preços do petróleo, que impulsionou as ações das petroleiras na semana passada.
💲O petróleo, no entanto, já voltou a cair. Por isso, nesta quarta-feira (9), as ações da Brava fecharam no vermelho, cotadas a R$ 17,75. Com isso, a companhia deixou para trás os R$ 10 bilhões em valor de mercado registrados na estreia na B3 e fechou a sessão de hoje avaliada em R$ 8,3 bilhões, segundo dados da Elos Ayta Consultoria.
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Gatilhos no curto prazo
Ainda assim, analistas veem potencial para a Brava se recuperar nos próximos meses, se o seu plano de negócios se desenrolar como o esperado. Afinal, quando Atlanta entrar em plena operação, a companhia pode ultrapassar a produção da Prio (PRIO3) e assumir a dianteira na corrida das petroleiras juniores da B3.
O Bank of America diz, então, que o início da produção em Atlanta e a retomada de Papa-Terra podem impulsionar as ações da Brava nos próximos meses. Por isso, recomenda a compra e estabeleceu um preço-alvo de R$ 28,00 para o papel, o que indica um potencial de alta de 57,5% em relação ao fechamento desta quarta-feira (9).
A Genial Investimentos lembra que, além disso, é esperado que a nova gestão da empresa se reúna com investidores nos próximos meses para dar mais detalhes do plano de negócios e de investimentos da companhia. Por isso, considera que vender o ativo "em meio a tantos gatilhos relevantes" não é a melhor opção.
O Citi também reafirmou a recomendação de compra para a Brava recentemente e trabalha com um preço-alvo ainda maior: R$ 40. O banco reforça que este último trimestre do ano deve ser importante para a empresa e avalia que a empresa está bem posicionada no setor de óleo e gás, melhor do que a Enauta e a 3R estavam antes da fusão.

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