Banco do Brasil (BBAS3) saca lucro 60% menor no 2T25 e ROE cai para 8,4%
Estatal vê custo de crédito, formado pelas despesas de perda esperada, alcançar R$ 26,1 bilhões, com peso do agronegócio.

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,78 bilhões no segundo trimestre do ano (2T25), tombo de −60,2% ante o lucro de R$ 9,50 bilhões obtido há um ano, conforme relatório de resultados publicado nesta quinta-feira (14).
Até mesmo na comparação com a lucratividade obtida no primeiro trimestre do ano, houve recuo de −48,7%, já que nos primeiros meses de 2025, a estatal havia lucrado R$ 7,37 bilhões. No acumulado do semestre, BBSA3 teve lucro de R$ 11,2 bilhões.
Entre os principais indicadores fundamentalistas acompanhados pelos investidores, o ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) do banco caiu para apenas 8,4% no 2T25, ante à taxa de 21,6% no mesmo período de 2024, e também abaixo do patamar de 16,7% visto no primeiro trimestre de 2026. A taxa atual veio bem menor também que o ROE médio de 14,76% apurado pelo Investidor10.
Um dos pontos de atenção no relatório apresentado ao mercado diz respeito ao custo de crédito, formado pelas despesas de perda esperada somadas aos descontos concedidos e deduzidas das receitas com recuperação de crédito, que alcançou R$ 26,1 bilhões.
Essa linha no balanço do Banco do Brasil foi influenciada, principalmente, pela continuidade da dinâmica agravada da carteira de agronegócio, cuja inadimplência alcançou 3,49% no 2T25.
"Apesar do cenário positivo para a safra no Brasil em 2025, com uma colheita recorde, e do elevado percentual de garantias nessa carteira, há um estoque de operações que não foram pagos na safra 2024/2025, inclusive, por conta das recuperações judiciais no setor – que exigem maior provisionamento sob a nova regulação", destaca a administração no relatório de resultados.
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Inadimplência no BBAS3 sobe
O próprio indicador de inadimplência acima de 90 dias encerrou junho de 2025 em 4,21%, elevação de 35 pontos-base na comparação com março de 2025. Só o atraso nos pagamentos dos clientes pessoas físicas encerrou o período em 5,59% e a carteira de pessoas jurídicas foi de 4,18%.
A carteira de crédito expandida do Banco do Brasil, na ordem de R$ 1,29 trilhão, apresentou crescimento de +11,2% em um ano e +1,3% no trimestre, sendo o saldo de R$ 468 bilhões apenas em clientes pessoas jurídicas (empresas) e de R$ 342,6 bilhões nos clientes pessoas físicas.
Vale destacar que, com os profissionais da iniciativa privada tendo acesso ao novo produto de “Crédito ao Trabalhador”, o BBSA3 teve avanço nas linhas de crédito consignado e não consignado, fruto do amplo relacionamento com os clientes, que alcançou R$ 4,5 bilhões.
Até mesmo a carteira de crédito do Banco do Brasil direcionada ao agronegócio alcançou R$ 404,9 bilhões no 2T25, salto de +8% na comparação anual. No Plano Safra 2024/2025, a instituição financeira desembolsou R$ 225 bilhões em crédito ao agronegócio.
Segundo dados do Investidor10,se você tivesse investido R$ 1 mil em BBAS3 há um ano, hoje você teria R$ 768,80, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.025,41 nas mesmas condições.

BBAS3
Banco do BrasilR$ 20,38
-24,54 %
5,48 %
9.38%
7,37
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