Azul (AZUL4): Moody’s rebaixa empresa após pedido de recuperação judicial
Além da mudança no rating, a Moody’s anunciou o encerramento das avaliações da Azul.

A Moody’s, agência de classificação de risco, rebaixou o rating da Azul (AZUL4) de “Caa2” para “Ca”, com perspectiva negativa, segundo comunicado divulgado pela empresa aérea na última segunda-feira (2). Além da mudança no rating, a Moody’s anunciou o encerramento das avaliações da Azul, em linha com sua política adotada após pedidos de recuperação judicial.
💰 A nota “Ca” sinaliza que há uma possibilidade de recuperação parcial para os credores, ainda que com perdas consideráveis. A reavaliação ocorre após o pedido de recuperação judicial feito pela Azul nos Estados Unidos na última semana.
“A perspectiva negativa reflete a visão da Moody’s de um período prolongado de recuperação da Azul como parte da reestruturação e sua flexibilidade financeira limitada, o que resultará em perdas para credores com e sem garantia”, diz a agência.
Vale citar que semana anterior a S&P Global Ratings rebaixou os ratings da Azul (AZUL4) como emissora de crédito de CCC- para D na escala global e de brCCC- para D na escala nacional. A agência também revisou de CC para D o rating das notas seniores sem garantia com vencimento em 2026 e retirou o rating de recuperação “6” vinculado a essa dívida.
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Além disso, dois bancos mudaram suas recomendações para a companhia aérea. O Bradesco BBI já havia cortado a recomendação de compra para neutra, o que muda é que agora o BBI rebaixou para venda, ajustando o preço-alvo de R$ 0,50, antes R$ 1,30.
Para os analistas, o pedido de recuperação judicial pode ter um impacto positivo no endividamento e na liquidez da Azul, mas com uma grande diluição. Eles já esperavam pela necessidade de reestruturação devido ao atraso no financiamento com garantia do governo e a fraqueza da posição de caixa.
🤑“A Azul espera eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, em grande parte por meio da conversão em ações – e, com base em casos recentes no setor, essa conversão de dívida poderia ocorrer a preços abaixo do mercado, o que diluiria os acionistas atuais”, avaliaram.
Já a XP Investimentos colocou a recomendação para ação da Azul sob revisão. Segundo a casa, a operação terá impactos financeiros significativos, incluindo um financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão, com US$ 670 milhões para reforço de liquidez e refinanciamento, e a eliminação de aproximadamente US$ 2 bilhões em dívida.
Um pouco sobre a recuperação judicial
A Azul comunicou na última semana que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A companhia aérea explicou que o processo de recuperação "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
💸 A empresa conta com um processo que inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento, a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e US$ 950 milhões em novos aportes de capital. A medida tem ainda o apoio de stakeholders importantes, como detentores de títulos, a AerCap e as parceiras estratégicas United Airlines e American Airlines.
Segundo John Rodgerson, CEO da Azul, as dificuldades financeiras da empresa são atribuídas à pandemia de Covid-19, e às turbulências macroeconômicas, conforme comunicado aos investidores. Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
💲 Cabe lembrar que a empresa viu seu prejuízo ajustado saltar 460,4% no 1º trimestre de 2025, a R$ 1,8 bilhão. Já o Ebitda (lucro antes de juros e impostos) caiu 2,1% em base anual, para R$ 1,3 bilhão. A margem Ebitda também seguiu a mesma linha e recuou 4,6 pontos percentuais em relação ao trimestre de anterior.

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