Analistas revelam quando a Auren (AURE3) deve voltar a pagar dividendos; confira
O consenso entre os analistas é claro: a Auren ainda não retomará o protagonismo entre as boas pagadoras de dividendos tão cedo.

🚨 Mesmo sendo frequentemente lembrada entre as queridinhas do mercado quando o assunto é dividendos, a Auren Energia (AURE3) tem deixado a desejar nesse quesito nos últimos trimestres.
Segundo análises recentes, os acionistas ainda terão que esperar mais alguns anos até ver os proventos voltarem a níveis mais robustos.
O motivo central está nas movimentações estratégicas realizadas pela companhia desde o ano passado, como a aquisição dos ativos da AES Brasil, que consumiu cerca de R$ 7 bilhões.
Com esse movimento, a empresa aumentou consideravelmente sua alavancagem e, como consequência, limitou a capacidade de distribuir lucros de forma mais expressiva.
Dividendos em compasso de espera
Em 2024, a companhia pagou R$ 0,40 por ação em dividendos, com um dividend yield (DY) de apenas 4,6%. Até agora, o retorno aos acionistas está em torno de R$ 0,057 — um DY de apenas 0,6%.
De acordo com relatório da Genial Investimentos, o cenário não deve mudar tão cedo. A expectativa da casa é que a Auren siga distribuindo apenas o mínimo legal exigido — 25% do lucro — até o fim de 2027.
“É razoável esperar por dividendos no piso mínimo obrigatório até 2027”, avaliou a Genial.
Ainda assim, a corretora avalia que a Auren está no caminho certo para reorganizar suas finanças, com uma gestão focada em eficiência operacional e controle de endividamento.
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Rumo à desalavancagem financeira
O nível de endividamento da companhia, que no fim de 2024 era de 5,7 vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda, já recuou para 5,0x.
A meta é ambiciosa: atingir entre 3,0x e 3,5x até 2027, o que abriria espaço para a retomada de dividendos mais significativos.
Entre as iniciativas destacadas pelos analistas para atingir essa meta estão:
- Sinergias acima do esperado com a integração dos ativos da AES Brasil;
- Reestruturação de dívidas com melhores condições, como a renegociação do projeto Guaimbê, cujas ações preferenciais do Itaú passaram a ser corrigidas pelo CDI;
- Entrada de novos projetos em operação, como o Cajuína 3, aliado à continuidade do turnaround operacional;
- E um ambiente de oferta mais restrita de energia, o que tende a sustentar preços mais elevados nos próximos anos.
Dia do Investidor: Sinais positivos, mas com cautela
Recentemente, a Auren promoveu seu "Dia do Investidor", evento que reforçou a confiança dos analistas quanto ao futuro da empresa, mesmo com os desafios atuais.
Segundo a Genial, o encontro foi “conciso e técnico”, destacando a confiança da administração em relação ao cenário regulatório, à perspectiva de preços de energia e ao processo de desalavancagem.
Ainda assim, a corretora mantém recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 9,00 — o que sugere um leve viés de baixa frente à cotação atual.
O Banco Safra compartilha visão semelhante. A instituição também mantém postura neutra em relação à AURE3, com base nos desafios de curto prazo, como a pressão sobre a geração de caixa decorrente da alavancagem e das restrições de geração, conhecidas como curtailment.
“Seguimos monitorando os impactos do curtailment na geração de caixa e na desalavancagem. Mantemos recomendação Neutra para Auren, principalmente por questões de avaliação, com retorno real implícito de 10,3%”, destacou o Safra.
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Expectativas realistas
O consenso entre os analistas é claro: a Auren ainda não retomará o protagonismo entre as boas pagadoras de dividendos tão cedo.
📈 No entanto, o caminho trilhado até aqui mostra disciplina financeira e uma estratégia de longo prazo que pode, no futuro, voltar a beneficiar os acionistas com proventos mais generosos — desde que a desalavancagem avance conforme o planejado.

AURE3
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