Reag (REAG3): Fundador deixa a gestora após operação da PF
Controladores venderam sua participação para os executivos da empresa por R$ 100 milhões.
O novo bloco de controle da Reag Investimentos (REAG3) já mostrou a que veio, avançando com negociações para a venda de ativos da gestora.
A Reag ganhou novos controladores no domingo (7), depois que o seu fundador, João Carlos Mansur, vendeu a sua participação na empresa para os seus principais executivos.
Poucos dias depois, a Reag comunicou ao mercado que está em negociação para a venda de dois dos seus ativos: a Empírica Holding e aCiabrasf (Companhia Brasileira de Serviços Financeiros), que tem ações negociadas na B3 sob o ticker ADMF3.
A Empírica foi adquirida pela Reag em meados de 2024, para integrar a sua vertical de crédito. Agora, deve ser vendida para a Smart Hub Participações por R$ 25 milhões, valor que deve ser pago em seis parcelas semestrais.
💲 Segundo Memorando de Entendimentos firmado nessa terça-feira (9), a Smart Hub Participações ainda deve assumir os pagamentos ainda devidos pela Reag aos antigos donos da Empírica, que podem chegar a R$ 50 milhões.
O fechamento do negócio, contudo, ainda depende do cumprimento de algumas condições.
Já a Ciabrasf deve ser vendida para a B100 Controle e Participações, a holding controladora do Grupo Planner.
🗓️ A Reag anunciou um protocolo de intenções para a venda do bloco de controle da Ciabrasf nesta quarta-feira (10). Com isso, o Grupo Planner terá exclusividade na negociação pelos próximos 60 dias.
A transação envolve cerca de 5,6 milhões de ações ordinárias, que representam 96,93% do capital social total da Ciabrasf.
Cada papel é negociado por R$ 70 na B3 nesta quarta-feira (10). Caso parta desse valor, portanto, o negócio pode beirar os R$ 400 milhões.
A Reag ganhou um novo bloco de controle após ser um dos alvos da megaoperação que investigou a ligação entre o crime organizado e o mercado financeiro.
Segundo as investigações, os criminosos usariam fundos de investimento para ocultar o dinheiro obtido na venda de combustíveis adulterados e na sonegação de impostos.
🗣️ Em nota de esclarecimento divulgada em seu site, a Reag disse que "refuta veementemente qualquer atuação em estruturas de natureza ilegal".
Além disso, a gestora garantiu que "atua em linha com as normas vigentes no mercado financeiro e de capitais" e que "mantém controles internos rigorosos de prevenção à lavagem de dinheiro, em linha com padrão dos reguladores aos quais está submetida".
Em relação aos fundos citados na investigação, a Reag disse que "sua atuação sempre foi diligente e proba, e os fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação".
Da Faria Lima ao cinema: Quem é a Reag (REAG3), investigada pela PF
Ainda assim, o fundador da Reag, João Carlos Mansur, vendeu a sua participação para executivos da empresa, por meio da Arandu Capital Holding, por cerca de R$ 100 milhões.
Segundo a gestora, a decisão foi tomada com o "objetivo de proteger a integridade e a reputação da REAG Investimentos S/A, seus colaboradores, clientes e acionistas, diante das recentes e infundadas especulações às quais a Companhia foi submetida".
🧑🏻💼 Mansur também renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Reag e será substituído no posto por Felipe Oppenheimer Pitanga Borges.
Nessa terça-feira (9), o board ainda elegeu Edson Inácio da Silva como o novo Diretor Financeiro da companhia. O cargo estava vago desde domingo (7), quando a então CFO, Fabiana Franco, renunciou.
Controladores venderam sua participação para os executivos da empresa por R$ 100 milhões.
As atribuições que eram exercidas pelo conselho consultivo passam a ser conduzidas pelo Conselho de Administração e pela Diretoria.