Ações do BB (BBAS3) ameaçam desabar com “alerta vermelho”, mas fecham no azul
O movimento reflete a leitura do mercado sobre os dados do Relatório de Crédito de julho, que trouxeram sinais mistos para os investidores.
🏦 O Banco do Brasil (BBAS3) não cancelou os cartões de crédito internacionais do ministro Alexandre de Moraes do STF (Supremo Tribunal Federal) relacionados à sanção da Lei Magnitsky aplicada pelo governo Trump, é o que disseram dirigentes do BBAS3 ao site Metrópoles. De acordo com o site, a dúvida se espalhou nas redes sociais porque o BBAS3 é responsável pelo pagamento da folha dos magistrados do STF.
Contudo, isso não obriga os ministros a utilizarem outros produtos do banco, como serviços de crédito. Segundo apuração do Metrópoles, Moraes teve um Mastercard bloqueado por outra instituição financeira, e recebeu oferta de um cartão da bandeira Elo. O regulamento da Elo proíbe atender clientes sancionados pelos Estados Unidos.
“É vedado aos participantes estabelecer ou manter relação com qualquer cliente que seja ou venha a ser objeto de sanções econômicas ou financeiras ou embargos comerciais impostos, administrados ou executados de tempos em tempos pelo governo dos Estados Unidos da América (incluindo sanções ou embargos administrados pelo OFAC ou pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos da América), ou pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, União Europeia ou Tesouro do Reino Unido”, diz o regulamento.
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👀 A notícia chega dias após o BBAS3 afirmar que cumpre a legislação nacional e observa ainda as normas aplicáveis nos mais de 20 países em que está presente. Na outra ponta, Moraes já disse que instituições financeiras brasileiras poderão sofrer punições caso bloqueiem ou congelem ativos em território nacional em atendimento a ordens vindas dos Estados Unidos.
Como estatal, o BBAS3 pode sofrer punições no Brasil caso tenha bloqueado o cartão de Moraes. Mas, se optar por ignorar as sanções do país liderado por Donald Trump, pode ser afastado do sistema em dólar.
Caso os bancos brasileiros mantenham vínculo com Moraes mesmo com a restrição dos Estados Unidos, podem enfrentar consequências graves. No pior cenário, os bancos poderiam ser incluídos na lista de sancionados sob a Global Magnitsky, lei de sanções de direitos humanos dos EUA.
⚠️ Isso significaria o bloqueio de ativos e a proibição de operar com "U.S. persons" (pessoas com presença física nos Estados Unidos para fins tributários), o que poderia levar à perda de correspondentes em dólar, como já publicado em reportagem do Investidor10.
O movimento reflete a leitura do mercado sobre os dados do Relatório de Crédito de julho, que trouxeram sinais mistos para os investidores.
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