Auren, Cemig e Copel disputam indenização bilionária; veja quem sai na frente

Segundo projeções do Santander, entre as três companhias, a Auren desponta como a grande beneficiada e pode levar até R$ 2,3 bilhões.

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Publicado em 25/08/2025 às 16:32h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 25/08/2025 às 16:32h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
A disputa por indenizações de ativos pode movimentar bilhões de reais (Imagem: Shutterstock)

💰 A disputa pelas indenizações de usinas hidrelétricas promete movimentar bilhões e pode mudar o jogo para empresas como Auren (AURE3), Cemig (CMIG4) e Copel (CPLE6).

Segundo projeções do Santander, entre as três companhias, a Auren desponta como a grande beneficiada, podendo registrar o maior impacto positivo em seu lucro nos próximos anos.

De acordo com nota técnica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Auren possui créditos a receber de R$ 499 milhões desde 2015.

Corrigidos, esses valores podem variar de R$ 1,2 bilhão (pela Selic atual, em 15%) até R$ 2,3 bilhões se aplicado o critério de inflação mais WACC regulatório.

Esse último cenário representaria um ganho líquido de até 12,5%, um impacto direto no resultado da companhia, já que tais valores ainda não estão registrados em balanço.

Caso a indenização seja aprovada, o efeito poderia transformar a estrutura de lucros da empresa, fortalecendo sua posição de caixa e sua capacidade de investimento.

Cemig: quase R$ 1 bilhão já contabilizado, mas com espaço adicional

A Cemig já reconheceu em seus demonstrativos R$ 929 milhões em indenizações, corrigidos pela Selic.

No entanto, há espaço para ganhos adicionais caso os cálculos passem a considerar a metodologia baseada em inflação + WACC regulatório.

Nesse cenário, a empresa teria uma valorização potencial de até 3,7% sobre os números atuais. Se a regra permanecer pela Selic, o ganho seria menor, na ordem de 1,8%.

Ainda assim, os valores representam um reforço relevante para a elétrica mineira, que segue focada em desalavancagem e distribuição de dividendos.

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Copel: ganhos modestos, mas consistentes

A Copel, que vem passando por um processo de modernização e melhora de governança após sua privatização em 2023, aparece como a menos beneficiada entre as três companhias. Atualmente, possui R$ 77,7 milhões em créditos corrigidos pelo IPCA.

Se os cálculos forem atualizados para inflação + WACC, o impacto seria de apenas 0,4% nos resultados.

Pelo critério da Selic, esse efeito cairia ainda mais, para 0,2%. Apesar de o montante parecer pequeno, a indenização ajuda a compor o caixa da companhia em um momento de transição para o Novo Mercado da B3, ampliando sua previsibilidade financeira.

De onde virá o dinheiro?

A indenização das elétricas ainda depende da definição da metodologia pelo Ministério de Minas e Energia (MME), que abriu a consulta pública nº 190/2025.

O pagamento deve começar em 2026, em até sete parcelas anuais corrigidas pela Selic. Duas fontes de recursos estão em análise:

  • RAG (Receita Anual de Geração): usada por usinas que ainda operam no regime de cotas;
  • RGR (Reserva Global de Reversão): fundo setorial voltado a operadores sem usinas em cotas.

A expectativa é que Cemig e Copel sejam ressarcidas via RAG, enquanto a Auren teria acesso ao RGR.

Porém, há dúvidas sobre a capacidade orçamentária do fundo. Hoje, o RGR dispõe de cerca de R$ 260 milhões anuais, o que, se mantido, faria com que a indenização da Auren fosse paga em até oito anos.

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Quem sai ganhando?

💲 A disputa por indenizações de ativos não depreciados em concessões hidrelétricas pode movimentar bilhões de reais e, segundo projeções do Santander, a Auren desponta como a grande favorita.

A companhia pode alcançar até R$ 2,3 bilhões em créditos potenciais, valor que, caso seja aprovado, teria efeito direto sobre o lucro e representaria um impulso expressivo em sua valorização de mercado.

A Cemig, por sua vez, já registrou quase um R$ 1 bilhão em seus balanços, mas ainda pode agregar ganhos adicionais relevantes, reforçando sua geração de caixa e fortalecendo sua posição entre as principais elétricas do país.

Já a Copel tende a sentir um impacto mais modesto, com valores da ordem de R$ 77 milhões.

Embora o montante seja bem menor em relação às concorrentes, ainda assim reforça a trajetória da companhia de modernização e governança corporativa desde a privatização, ampliando a confiança dos investidores.

📊 No cenário projetado, a Auren se consolida como a grande vencedora em potencial, a Cemig aparece em posição intermediária com ganhos robustos, enquanto a Copel garante uma participação mais tímida, mas estratégica no processo.